Importa não esquecer

que se pode morrer de um beijo

11 comments on “Importa não esquecer

  • Lembro-me de ouvir na rádio, uma entrevista da Mafalda Veiga, em que ela dizia que quando compunha uma coisa tinha um truque (que não me lembro de qual era) para ter a certeza que era original

    Assim estou. Tenho quase a certeza que esta combinação de letras já foram escritas.

    E se me vieram à cabeça, foi por recordação e não por criação. Mas não tenho a certeza. Sei lá.

    • Anónimo says:

      Há um livro da Clarice Lispector que tem por titulo: “Para não esquecer”…Talvez tenha sido isto que reteve a sua memória?

    • Anónimo says:

      Gostei do comentário de Uma Rapariga Simples, porque ao ler essa frase sobre “não esquecer que um beijo pode matar” me saltou o pensamento sobre o “romântico-barroco-imagético” dessa mesma frase… A mim, muito mais gozoso/ “jouissant” (refer. H. Cixous) e convidativo, afigura-se-me o ter a consciência de que UM BEIJO pode ser o momento decisivo que causa em alguém o DESEJO de viver ou de querer entender alguma coisa da VIDA afim de viver em plenitude…

      • Luis says:

        diz-se que cada coisa tem em si o seu contrário, e sim esta morte está cheia de vida

  • Eu que não sou de Odivelas, vou-te contar um truque. Sempre fui um gajo sucinto, se pode dizer com duas palavras, porque se há usar vinte.

    Mais tarde, descobri que isso tem uma vantagem. É que sendo curto, deixa-se mais margem para interpretações, a leituras diferentes.

    Por causa de um beijo. E quantos beijos há?

    O beijo que se deu. o beijo que se lembra. O beijo que se deseja. O beijo que não se devia. O beijo negado. O beijo roubado. O beijo imaginado. O beijo molhado.

    o beijo que acorda, o beijo que adormece, o beijo que enlouquece.

    O beijo mata. Mas mata de quê? De raiva, de amor, de luxuria, de desespero, de sofrimento?

    O beijo é tudo isto e mata de todas as formas.

  • Diziam os russos, nos anos 70, creio, não me lembro, mas sei que ainda não era nascida, que o que se escreve dilui-se no que o leitor lê. Se não me engano, chama-se a Estética da Receção (algum leitor mais douto que me corrija), e defende que o horizonte de expectativas do leitor é tão ou mais importante do que a intenção do autor.

    Ou seja, até podias ter escrito um ensaio sobe o beijo, haveria sempre mais leituras possíveis, mais do mesmo ou o muito aquém. É o risco que se corre.

    Pessoalmente, sou mais de defender que a ausência de um beijo mata mais, tanto ou mais do que os que se dão com desprezo (o pior destes é que custam mais a esquecer). Os bons, os da saudade, os que nos deixaram extáticos, a querer mais e tudo o que está ligado a sentimentos positivos (não fosse o sofrimento por desejo/amor/whatever uma coisa boa) tendem a misturar-se todos e a serem só um beijo.

  • 2w says:

    Os beijos da Poison Ivy matavam. Os beijos não correspondidos tambem.

  • 2w says:

    Era uma personagem do batman. A atriz era a Uma Thurman. A personagem atraia os homens com a sua beleza, mas tinha veneno na boca e matava todos os que a beijavam.

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