E senti algo que julguei não poder sentir

um silêncio enorme na sombra do corpo

9 comments on “E senti algo que julguei não poder sentir

  • Snull says:

    “Gozo os campos sem reparar para eles.
    Perguntas-me por que os gozo.
    Porque os gozo, respondo.
    Gozar uma flor é estar ao pé dela inconscientemente
    E ter uma noção do seu perfume nas nossas idéias mais apagadas.
    Quando reparo, não gozo: vejo.
    Fecho os olhos, e o meu corpo, que está entre a erva,
    Pertence inteiramente ao exterior de quem fecha os olhos
    À dureza fresca da terra cheirosa e irregular;
    E alguma coisa dos ruídos indistintos das coisas a existir,
    E só uma sombra encarnada de luz me carrega levemente nas órbitas,
    E só um resto de vida ouve.”

    (Alberto Caeiro)

  • Haddock says:

    Faço minhas as palavras do Senhor de cima. Nada há de mais apropriado. E arranja-se um banquinho, ora essa! Abç.

  • Anonymous says:

    “A solidão era eterna
    e o silêncio inacabável.
    Detive-me com uma árvore
    e ouvi falar as árvores.”

    —————————-
    “Quando eu estiver com as raízes
    chama-me com tua voz.
    Irá parecer-me que entra
    a tremer a luz do sol.”

  • Nan says:

    ao ler-te, aqui e hoje, constactei o que sempre senti ao olhar a minha sombra num silêncio que sempre doeu…

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