Um bébé com zero anos que nem consegue andar é muito giro, gera sorrisos e empatia, a malta brinca com ele e ri-se muito.
Um velho com cem anos que não consegue andar, gera sentimentos muito variados, mas poucos são sorrisos e empatia, e poucos querem brincar com ele.
Basta ver a carga que as palavras têm, um sapato velho não presta e é para deitar fora. Ninguém chama bébé a um sapato que acabamos de comprar.
Deviamos ter também nomes diferentes, um para os sapatos que já não queremos e vamos deitar fora, outro para as pessoas que temos há muito tempo.

Por todo o lado nos dizem com certeza onde está o bem e onde está o mal

Há a palavra certa
a politica certa
a atitude certa
o local certo
a roupa certa
a pessoa certa
os paises certos
e há quem diga que a única maneira de estar certo
é estar errado

 

as certezas prendem e enganam,
está mais certo quem erra do que quem pensa melhor que os outros
só a interrogação é criadora

gosto disto pelo motivos menos óbvios, admiro quem faz o que não se vê

quando era puto a malta que levava saco ou mochila para a praia, procurava que a mochila fosse gira e com estilo
havia um gajo que levava as coisas num saco do pão do acúcar, se fosse preciso com buracos
todo ele era desprendimento

mais tarde apercebi-me que não era desapego, era pose. o saco do pão de acúcar era para ser visto
a preocupação pelo estilo era igual

neste video, para além do punho erguido
gosto de coisas como ele se desencontrar da própria sombra