Mês: Maio 2021
Aceitas porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as nações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócio do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.
Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.
só a paixão pode ao mesmo tempo salvar e morrer
Hóstia babada de ranho
Cona ungida de pano
a consciência é uma merda
e deus não existe
então para quê fazer o ‘bem’, para quê a humildade?
na relação com os outros o parecer ganha sempre ao ser
porquê, então?
porque 90% do tempo este perder me satisfaz, e torna a noite amiga
os restantes 10% são uma grandessissima porra, chateiam comó caraças, e tenho que me convencer com tangas destas
Segue o seco sem sacar que o caminho é seco
Sem sacar que o espinho é seco
Sem sacar que seco é o Ser Sol
Sem sacar que algum espinho seco secará
E a água que sacar será um tiro seco
E secará o seu destino seca
Ô chuva, vem me dizer
Se posso ir lá em cima pra derramar você
Ó chuva, preste atenção
Se o povo lá de cima vive na solidão
Se acabar não acostumando
Se acabar parado calado
Se acabar baixinho chorando
Se acabar meio abandonado
The ascetic Simón believes he is a sinner and decides to self-inflict a sacrifice, living like a hermit on the top of a pedestal in the middle of the desert to be closer to God and resist the temptations of the world.
as mortes palavraram
QuAl será o Guardião mentaL, mestRe e senHor do que deVe ou não merecer imaTerialidade MAiÚsculA?
Atenção! Aviso à população. Foi declarado o estado de Normalidade pública com efeitos preventivos.
má
qui
na