Hôtel
Ma chambre a la forme d’une cage
Le soleil passe son bras par la fenêtre
Mais moi qui veux fumer pour faire des mirages
J’allume au feu du jour ma cigarette
Je ne veux pas travailler je veux fumer
Ma chambre a la forme d’une cage
Le soleil passe son bras par la fenêtre
Mais moi qui veux fumer pour faire des mirages
J’allume au feu du jour ma cigarette
Je ne veux pas travailler je veux fumer
com mãos trementes
abotoas cada suspiro meu
se num poema de dez linhas, há duas que nos matam
para quê escrever as outras oito?
Todo o santo dia sentado numa cadeira dura a tocar piano.
Prefiro de longe esparramar-me no sofá a ver uma porcaria qualquer.
Em 1970 uma mulher gravou em casa algumas músicas.
35 anos depois o filho resolveu pegar nessas fitas para oferecer um disco aos amigos e familia. Esse disco acabou editado.
É isto.
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta que dissesse
Deste anseio
De te ver
Deste receio
De te perder
Deste mais que bem querer que sinto
Deste mal indefinido que me persegue
Desta saudade a que vivo todo entregue...
Eu queria escrever-te uma carta
Amor,
Uma carta de confidências íntimas,
Uma carta de lembranças de ti,
De ti
Dos teus lábios vermelhos como tacula
Dos teus cabelos negros como diloa
Dos teus olhos doces como macongue
Dos teus seios duros como maboque
Do teu andar de onça
E dos teus carinhos
Que maiores não encontrei por ai...
...
Eu queria escrever-te uma carta...
Mas, ah, meu amor, eu não sei compreender
Por que é, por que é, por que é, meu bem
Que tu não sabes ler
E eu - Oh! Desespero! - não sei escrever também!