Retirado do blogue duma pessoa informada e inteligente:
A Folha de S. Paulo prefere retirar-se simplesmente da rede social; para mim é pena, pois gostava de os ler quando, por acaso, dava com eles no meu mural. Mas aceito a decisão e fico de olhos ainda mais abertos para perceber até onde o Facebook deseja que nos leve o seu algoritmo.
As empresas não podem votar. A teoria diz que as pessoas é que escolhem os governos, e o voto de um rico vale o mesmo que o voto de um pobre.
Os partidos com mais dinheiro podem fazer mais publicidade e aparecer mais nos outdoors, jornais e televisão. Organizar um comício custa dinheiro, palcos, som, seguros e sei lá que mais. É sabido que os grandes partidos pagam "excursões" à malta da província para virem passear ás capitais, desde que marquem presença no comício. Tudo isso custa dinheiro.
Então porque é permitido ás empresas darem dinheiro aos partidos de que gostam? Ninguém vota em partidos pequenos (que aparecem pouco) por causa do voto útil (outra parvoíce).
Dar uns milhões de euros a um partido é muito mais importante que votar nele.
E se o estado desse uns milhões de euros de subsidio aos filhos de pais ricos, e nada aos filhos de pobres?
Se isso está mal, porque raio está bem no caso dos partidos?
Os partidos grandes e cheios de massa recebem subsídios do estado (nós).
Os pequenos têm por missão continuarem pequenos, obrigado.
Uma noite em Amesterdão estava o Cavaco Silva a falar na televisão, quando o comecei a ver a cores.
É certo que não seria mau o cavaco transformar-se em azul, e o sócrates quiçá num rosa bébé, no entanto não gostei da experiência. Continuo a preferir o álcool.
As boas memórias podem servir para muita coisa, para nos pôr um sorriso nos lábios, para nos dar força, foco ou seja o que for.
Mas não se pode ceder à tentação de querer voltar atrás e repetir o passado. Não dá mesmo.
Um bom exemplo é o Carlos Paço d'Arcos (do post anterior) que desde os anos 90 anda a tentar repetir uma fase da vida de que tem saudades. Cada repetição tem menos graça e fica mais longe do que queria reviver.
É impossível reviver o que já se viveu.
Tentar só embacia a memória e dificulta viver coisas novas, se calhar melhores.
Nos anos 90 passava na Super FM da 1 às 2 da manhã um programa chamado Merda na Madrugada. Era um programa invulgar, que tinha uma enorme trupe de seguidores (os merdados). Quem quisesse ligava e dizia o que lhe apetecia.
Como é evidente já na altura tanta liberdade trazia imensos problemas e conflitos. Hoje em dia seria um programa impossível. Por tantas razões, que nem dá para escrever aqui, até porque quero ir almoçar 🙂
O animador do programa era o Carlos Paço D'Arcos. Um deste dias fui tentar descobrir o que era feito dele. E dei com várias tentativas de repetir o Merda na Madrugada.
Com as as mesmas pessoas não deu porque agora têm filhos, cansaço, responsabilidades sociais, preguiça, desencanto, e um milhão de outras coisas que não tinham na altura.
Com a geração actual da idade dos merdados da altura, não dá pela mesma razão dum programa desses ser impossível hoje.
Um gajo está a falar com outro há meia hora, e a meio da conversa: 'tu como te chamas? Tiago."
"Olha Tiago, ... patati patata "
Ou como dizia o outro, nos bares do ocidente à hora de fechar todos os bêbados se abraçam, e contam a vida desde pequeninos.
Há uma camaradagem nos tascos e tabernas que ultrapassa o tempo.
Só isto me fazia rir. Não admira que só leia jornais por vício e fraqueza.
Do Diário de Noticias:
As condições socioeconómicas dos locais de residência afectam a qualidade de vida dos seus habitantes, revela um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).
Concluiu-se que os indivíduos que habitavam em zonas menos favorecidas da cidade consideravam ter pior qualidade de vida. Assim, o que estes resultados mostram é que duas pessoas com as mesmas características -- idade, sexo, nível de escolaridade -- que vivam em zonas da cidade expostas a diferentes níveis de privação têm níveis de qualidade de vida distintos.
O estudo designado Neighbourhood socioeconomic deprivation and health-related quality of life: A multilevel analysis foi recentemente publicado na revista “PLOS One”.
Tem um titulo em Inglês e foi publicado numa revista estrangêrra, mas pelo menos valeu por uma boa risada.