Da cena dos aniversários
O tempo. A gente gosta de fazer marcas no tempo por um motivo qualquer.
E nem vou por aí agora, para haver uma mínima probabilidade de registar o que me trouxe aqui.
O tempo tem três estados reconhecidos. Passado, presente e futuro.
Os aniversários tendo a ver com o tempo que passa, há-de cair numa dessas três categorias.
Celebrar o passado faz sentido na conclusão de algo que tenhamos feito, e que seja digno de memória. É preocupante dizer que o nascimento é o momento mais merecedor de reconhecimento do meu passado. Se forem fazer uma festa na data do meu nascimento, façam-na aos meus pais, que eu para aí participei zero.
Há várias coisas do meu passado que podia festejar e relembrar com prazer.
O nascimento não é uma delas. Não me lembro, nem tenho nada a ver com isso.
Celebrar o futuro, nem vale a pena gastar tinta. Já lá dizia o João Pinto, prognósticos só no fim do jogo.
Resta o presente. Acho que é isso que celebramos, o presente. Celebramos o facto de se estar vivo.
A cada ano, lembramos fulano de tal: É pá, estás vivo, Parabéns.
(A excepção são as crianças, claro. Essas celebram com enorme prazer como fonte de receita 🙂