dada a falta de aspiração promove-se dois comentários a gente grande

aum (sobre as lágrimas)

estava agora a pensar, dos três destinos possíveis das lágrimas

Um, o menos nobre, cair ao chão em cima de caca de cão

Outro, evaporar-se, juntar-se no céu aos anjinhos, que chateados com tanta lágrima nos devolvem a coisa em forma de chuva

E finalmente o mais provável, a lágrima é absorvida pela pele, ou seja andamos a chorar em circuito fechado.

adois (sobre isto https://ipsilon.publico.pt/livros/texto.aspx?id=329736>

A Hélia Correia não é o meu estilo. Acho que escreve palavras que estão lá só para estarem lá. E no meio de tanta palavra o sentido do que quer dizer perde-se.

Exemplo:
‘Há com certeza uma finalidade para juntar num desfile a multidão, mas nós não somos já gente de ritos, não somos gente de re-ligação. Temos de inaugurar tudo novamente, a começar pelas frases de incentivo, pois as que ouvimos, de tão velhas, tão usadas, perderam o vigor. Estão transformadas em ladainhas de beatitude. Aliás, as mais das vezes não serviam como motores de mobilização, fracas de rima, rastejantes de sentido. Mas enquanto se caminhou a passo forte, enquanto, a velocidades várias, se manteve uma leitura histórica das coisas, uma certeza de alma potenciava aquele vocabulário esmaecido.’

O problema das manifestações são as frases que se usam? Com frases novas, as manifestações passavam a ter utilidade?

E o que é ‘caminhar forte com leitura histórica das coisas?’ Tem um significado tão vago que não tem significado nenhum.
É como as tais ‘ gorduras do estado’. Quando começaram a falar nisso, ingenuamente pensei que era cortar na gordura dos opulentos, na corrupção, nos luxos e mordomias, no desperdício.

Afinal era cortar na carne dos pobres que já têm pouca. Era cortar na na saúde dos doentes.

É claro que não esperava isto https://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/vasto-mundo/acredite-quem-e-dono-e-dirige-esse-fusquinha-e-o-presidente-de-um-pais/, num pais de gente que elege isaltinos e cavacos e coelhos e socrates.

Mas esperava um mínimo de vergonha. Afinal não há nenhuma.

Constituição Artigo 13.º – Princípio da igualdade

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.