O maluco recomenda:
Beba moderadamente, mesmo que em grandes quantidades.
O maluco descobriu a cura para tudo. A martelada.
Dói-te a cabeça, martelada na cabeça. Dói-te um dedo, marteladas nos dedos.
Garanto que nunca mais te dói nada.
Há dias em que todas as ruas me parecem iguais.
Como ruas.
O homem é de longe o animal mais estranho que existe. Por exemplo, o ‘vestir’.
Basicamente consiste em atar ao corpo pedaços de coisas com formas e cores estranhas. E depois andamos por aí cobertos com aquilo, mesmo quando está um calor infernal, como que a dizer: ‘Homem’, a espécie especial.
O maluco lembrou-se agora que ainda anda à procura do universo. Se alguém o encontrar agradeço que devolva urgentemente por fax ou por email.
Eu sei que este video tem mais que 15 segundos. Sei que é duma velha a falar. Que não tem flash, explosões ou música. Sei que o assunto nunca aparecerá no correio da manhã ou na cosmopolitan. Na verdade nem o maluco acha que tenha interesse.
Sei que esta velha foi despedida e calada. Porquê? Que diz ela? Que o jornalismo morre quando as perguntas cruciais vêm à cabeça mas não se perguntam. Que há coisas que têm que voltar, coisas como a honra.
Que temos acesso a mais coisas, mas com menos profundidade. Que os jornais têm que limitar as histórias a 300 palavras. Que os correspondentes tudo o que ambicionam é terem 1 minuto de tempo de antena no noticiário da noite.
E pergunta ela: Como se pode contar uma história assim?
E que precisamos? Tomates! Que é preciso pesquisar os factos e contar as coisas tal como as vemos. Como pode haver democracia sem saber o que se passa na realidade?
Que sem verdade não há relevância. Que os donos das tvs e jornais deviam sair do ramo a menos que o seu interesse seja informar as pessoas.
E porque é preciso coragem? Porque a provável consequência é ser despedido. Digo eu.
Ela foi despedida.
Há perguntas que não podem fazer, e coisas que não se podem dizer.
O maluco não percebe muito dessa história do tempo, parece que é assim
… tic … tic … tic … tic … tic … tic … tic … tic … stop.
Até os deuses são humanos.
Vejo na ticketline: “Concurso de Pegas”. As orelhas começam-me a saltar, o que normalmente é bom sinal. Clico na coisa e afinal é um Concurso de Pegas no Campo pequeno.