Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha,
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada

alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler

alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios

alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar

 

2 comments on “

  • bemsalgado says:

    Mais uma vez, o meu Pelo Sur magnético

    “A trezentos anos do amor e três momentos da morte”
    “não é um dia para homens
    não é um dia para palavras
    hoje não é um dia para fazer a barba”

    Hoje é um día para fazer nada
    Ou quase nada de quase tudo

    “é um dia perfeitamente para cães”
    “Hoje é um dia reservado ao veneno
    e às pequenas coisas”

    Hoje é um bom dia para fazer a guerra
    decidem aqueles que sabem o que é bom que fazer,
    aqueles a quem a guerra nunca matará.
    E assim será feito.
    Hoje também e também não.
    São… ‘as pequenas coisas’
    guerras limitadas e de curto alcance…
    que envolvem todos nós.

    Mas eu não farei a barba
    reservado ao veneno
    com Uma Faca nos Dentes
    porque
    “alguém deu à manivela para nascer o sol”

    “RESERVADO AO VENENO”

    Grande abraço, Luis. Fazia muito tempo…

    • Luis says:

      Pois, tenho andado em estado de suspensão, como se nota nas intermitências não muito habituais aqui no blogue
      nos entretantos que esteja tudo de bem contigo e que te vás tratando em conformidade ou desconformidade, consoante o caso
      um abraço e um bom fim de semana

      ah, e este José Forte é mesmo forte, como se nota nesse reservado ao veneno
      e injustamente pouco conhecido

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